quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Azul é a cor mais quente: vi, mas preferia não ter visto.


Quando começou o burburinho a respeito do filme “Azul é a cor mais quente”, logo pensei que se tratava de um novo “E o Vento Levou” versão lésbica. Porque, pelo tanto que comentaram, tinha que ser um filme muito do foda. Que baita decepção! Resolvi escrever aqui no blog a crítica, porque toda amiga que tenta fazer isso no Facebook é apedrejada pelas outras que amaram o filme.

Sem querer entrar nos méritos artísticos da produção, que por sinal tem uma fotografia, iluminação e direção bacana, a história é o mais puro clichê do clichê. Eu, até o momento, não entendi toda a badalação da sapataria sobre esse filme.  Se for só pela longa cena de sexo, já assisti algumas parecidas nos filmes da Emanuelle, na época de Cine Privê na Band.

Mas vamos a cornetagem!

Primeiro, pra que fazer um filme de 3 horas de duração, meu Deus? O filme já é francês, cujo idioma tem uma sonoridade chatíssima, o que fez a minha orelha sangrar só de ouvir os diálogos filosóficos entre as protagonistas, como o de Sartre, por exemplo. Por falar em Sartre, muito me espanta na França saber que aos 15 anos elas já são capazes de fazer debates calorosos a respeito.

Outra coisa que me incomodou demais foi a falta de conhecimento do mundo lésbico, e até mesmo feminino, por parte de quem escreveu o roteiro. Como na cena do bullying na porta do colégio, quando as amiguinhas da francesinha confusa começam a apavorar porque ela é lésbica. Gente, desde quando mulher fala mal da outra na cara? No mundo real, a colega filha da puta falaria mal da menina para uma amiga, que contaria para uma segunda amiga e essa para uma terceira, e depois de rodar o colégio inteiro a informação, uma amiga falsa chegaria na menina e diria: olha, sem querer passar fofoca adiante, mas tão falando que você é sapatão.

Segundo fato não realista: elas terminam o namoro uma vez só. Isso deve acontecer na França, mas no Brasil as lésbicas terminam o namoro e reatam pelo menos 15 vezes antes de romperem de verdade. Não me venham dizer que foi por conta de uma traição e que isso é pesado. Já vi casais que saíram na mão, uma quebrou o carro da outra, xingaram a mãe uma da outra e no dia seguinte estavam almoçando juntinhas em algum bar fuleira na Vila Madalena.

Sobre a história em si, quantos filmes já mostraram esse mesmo ponto de vista? A hétero que conheceu uma sapata e se apaixonou e depois a abandonou/ traiu/ se matou/ fugiu/ foi fazer mercado, etc? Isso é mesmice pura. Posso listar vários filmes com esse mesmo enredo, mas to com preguiça. Quando vão fazer uma história de lésbicas mulheres adultas com algum conflito realmente diferente da dúvida sexual? Retratar a mulher lésbica se resume a isso apenas? Daqui a pouco vão criar uma versão lésbica de Hamlet só para reforçar a frase “Ser ou não ser, eis a questão” durante 3 horas seguidas. Bom, pelo menos seria mais original.
 
Fico impressionada como o cinema tem MEDO de mostrar mulheres que gostam de mulheres de uma forma NORMAL, então sempre preferem abordar o tema através de personagens adolescentes, assassinas, artistas excêntricas, ou mulheres perturbadas psicologicamente. Nunca é uma advogada, bancária, empresária.

Aliás, isso me traz à mente outro ponto. Porque tem que ser sempre trágico? Lembro-me de outro filme famoso, “Assunto de Meninas”, que uma se mata no final. Tudo muito dramático, como se entre duas mulheres a relação sempre tem que ser perturbadora e levar ao mesmo fim: à desgraça! Melhor exemplo disso, apesar de ser um PUTA filme: “Meninos não Choram”. O único que eu recordo ter um final bonitinho é o inglês “Imagine Eu e Você”.  Ainda assim, o filme retrata o velho clichê da hétero que se apaixona por uma sapa e blá blá blá.

O ponto onde eu quero chegar é: as relações héteros não são todas maravilhosas, mas existem filmes da Sandra Bullock e Julia Roberts que nos fazem acreditar nisso. Então porque não podem existir filmes lésbicos bacanas e com um final feliz e uma história interessante?


Azul é a Cor Mais Quente é longo, chato, mais do mesmo e infantil. Preferia ter visto novamente a trilogia completa do filme O Senhor dos Anéis. 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Pega, mas não se envolve.


Acho que essa é a frase que define melhor a fase dos relacionamentos atuais entre as meninas: Pega, mas não se envolve. Para quem não entendeu, significa ficar com a pessoa sem esperar absolutamente nada dela. Melhor, pode esperar beijos e sexo, mas não carinho, uma ligação no fim do dia para lhe desejar boa noite jamais! Não espere que ela se interesse por tudo aquilo que define o seu mundo, ou seja, você.


O “Pega, mas não se envolve” também tem outra vertente, o “tá quente, tá frio”. É o seguinte: quando uma das partes está se apegando a outra, que não está, se afasta. Quando aquela que estava se apegando se afasta, a que se afastou primeiro corre atrás, e assim segue esse ciclo até uma das partes ficar de saco cheio e terminar a porra toda.


Sabe o que é curioso? É que esses movimentos, que cada vez ganham mais adeptas, não agradam a ninguém. Fica todo mundo se sentindo incompleto. Quer dizer que ninguém gosta, mas faz? Não! Existem pessoas que curtem uma relação descompromissada, não existe regra para isso. Mas percebo que boa parte aceita participar desses movimentos para não ficar sozinha, para se adaptar à única opção que lhe foi oferecida, por acreditar que a situação possa ser revertida, etc.


Às vezes me pego com vontade de pedir desculpas pela minha falta de  capacidade em não me envolver. Por eu não conseguir ignorar mensagens, por querer saber se está tudo bem, sem falar que eu adoro uma história e isso significa que eu vou querer saber como a pessoa conseguiu aquela cicatriz na perna esquerda na infância. Eu deveria pedir desculpas por ser uma pessoa fora de moda. Como diria Cazuza, “será que eu sou medieval?


A única coisa que me preocupa é saber quando foi que as relações mudaram tanto assim?  E onde vamos chegar daqui um tempo. Será que é culpa do excesso de dificuldade na relação entre duas mulheres? Porque nós sabemos que é algo muito trabalhoso e sofrido. Talvez as meninas já vejam uma barreira, uma diferença qualquer e prefiram partir para a próxima, procurar alguém com mais afinidade.


Algo me diz que, essa inconstância nas relações e a eliminação pelas diferenças farão com que músicas como “Eduardo e Mônica” e “Catavento e Girassol” sejam extintas. A tendência é que o romantismo se vá também por inércia.

Enquanto isso, lutamos pelo direto do casamento gay. Irônico, não?

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O que não fazer no Facebook ao terminar um relacionamento


Existe uma coisa que as lésbicas não sabem fazer: terminar namoro. Não me venham dizer que tem casal que termina e elas continuam amigas, porque isso é tão verdadeiro quanto os 17 casamentos da Gretchen.

Tenho duas teorias:
  1. Uma delas era tão corna, mas tão corna, que até o Papa no Vaticano acompanhou o crescimento dos chifres. Ou já não transavam há mais de duas décadas. Ou deu tanta merda no relacionamento, que nenhum rolo de papel higiênico ali conseguiu resolver. Como elas andam com a mesma turminha, chegaram a um acordo para poderem conviver juntas.
  2. Resolveram manter as aparências, mas uma delas deseja dar o troco, por mais que isso nem passe pela cabeça da outra. Mulher não perdoa, mulher espera o melhor momento para se vingar.
Voltando. Terminar um namoro é sempre desagradável. Não importa se foi você quem deu ou levou o fora. Tem que passar por aquele período de tristeza, raiva, saudade, mágoa, etc. Porém, atualmente existe um fator que potencializou a desgraça da população sapatônica na hora do término: o Facebook.

Qualquer rede social se torna uma ferramenta do capeta nas mãos de uma pessoa com o coração partido (Ultimamente, nem o Instagram perdoa!). Não culpo ninguém por isso, além do Mark Zuckerberg. O Facebook é um palco onde todos podem ver o seu show! Seja ele bom ou ruim.

Listamos o que não se deve fazer no Facebook ao terminar um relacionamento, ao menos que você queria virar motivo de piada.

Não faça drama

Todo post parece um anúncio de suicídio. A linha do tempo fica entupida de fotos com frases depressivas sobre a vida e decepções amorosas, onde a pessoa escreve “ISSO” ou “BEM ISSO” em cima de todas elas.

Sabe qual é o pior de tudo? As pessoas CURTEM! Nego escreve “vontade de me jogar pela janela e cair em cima do seu carro e fazer você me notar”, ai vai lá outros 10 negos e curtem a parada!

Quando não são fotos são frases de Clarice Lispector, Caio Fernando Abreu, Tati Bernardi, etc. A mulherada também expandiu para Shakespeare, Chaplin, Pedro Bial, e algumas outras pessoas que se intitulam poetas, mas na verdade vendem plano de saúde nas horas vagas.

No começo você até fica com dó, mas depois da sexta semana começa a gerar raiva de tanta lamentação e se segura para não escrever nos comentários “tá sem louça para lavar, amiga?”.

Nos casos mais graves, elas postam trechos de músicas sertanejas. O que prova que o pé na bunda foi bem merecido.

Não faça ameaças

Confesso que esse é o tipo de post mais divertido, porque a pessoa sempre  escreve algo bizarro que pode comprometer a ex, como: “Se eu falar tudo o que você fez no sítio em Capivari, as pessoas vão descobrir quem você realmente é, sua ordinária!”, “Você roubou dinheiro da sua própria mãe para comprar presente para a sua nova vagabunda”, “Vou falar para todo mundo o que você fez depois de eu ter te comido de quatro”, e por ai vai.

A gente fica na torcida para descobrir o que aconteceu no sítio em Capivari, ou se a mãe da menina fez boletim de ocorrência, mas dificilmente é revelado, para a nossa tristeza.

Essa é aquela menina que não se conforma com o término do namoro. Tá indignada, quer se vingar e ver a outra humilhada a todo custo. Ela quer ver sangue virtual no Facebook!

Só uma dica meninas: esse tipo de post faz você ficar solteira pelo resto da vida. As pessoas terão medo de se relacionar com você e acabar tendo todos os seus segredos expostos na rede.

Não mande indiretas (ou enigmas)

Você não deve fazer isso pelos simples motivo de que ser chato pacas!

Pensa comigo, vamos supor que as pessoas têm em média 300 amigos no Facebook. Se você posta frases como “O mundo gira”, “Amanhã vai ser outro dia”, “Pre-pa-ra”, “Ah tenha dó, por favor, né?”, serão 299 pessoas achando que você não fala nada com nada e logo é uma idiota. Apesar de que, se a sua ex também não entender o que você quis dizer, serão 300 pessoas achando que você é uma idiota.

No caso da indireta fica pior ainda, porque você pode atingir pessoas que têm algo mal resolvido com você e receber vários inbox tirando satisfações.

Não seja feliz toda hora

Sério, pessoal, gente feliz no Facebook é irritante demais. Não precisa ser ex-namorada, não. Pode ser qualquer pessoa. Eu sei que existem momentos de felicidade em nossas vidinhas, isso é normal, mas também existem períodos de grandes chuvas de merdas que são mais normais ainda! Então, não queria me enganar dizendo que durante 365 dias do ano você vive num filme da Disney!

Segunda-feira de manhã, você numa puta ressaca que vem desde a sexta-feira, nem tomou um gole de café ainda e a pessoa manda: Que dia maravilhoso! Vamos viver na positividade! Vamos amar mais! Viver é sonhar! A gente sabe que você tomou um pé na bunda, a gente também sabe que você não tá pegando nem resfriado porque fica trancada em casa chorando pela desgraçada. Pra que mentir?

Sério, se você tem esse costume e se a sua ex um dia comentar em um dos posts “enfia no cu a sua felicidade”, eu vou clicar em curtir o comentário dela. Mesmo não te conhecendo.

Não ame ninguém em uma semana

Se você tem mais de 12 anos de idade, eu posso afirmar que ninguém consegue esquecer uma pessoa e amar outra em apenas uma semana.

Ao longo do tempo, sempre acaba aparecendo um casal de meninas que terminaram e as partes envolvidas arrumam outra rapidinho, e logo, o Facebook vira um duelo entre elas para mostrar quem está amando mais em menos tempo!

O grande problema aqui é que a pessoa fica tão preocupada em mostrar para ex o quanto está feliz, que acaba se esquecendo de ser realmente feliz com a nova namorada.

Quando eu to bem feliz com alguma menina eu não saio contando por ai, não. Vai que alguém resolve verificar se ela é tudo isso.


É como dizem, gente feliz não enche o saco!

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Uma história que não vale a pena

Era uma vez... Não! Era uma vez é uma frase utilizada em contos de fadas. Geralmente, contos de fadas têm finais felizes e essa é uma história sem final feliz. Na verdade, esta é uma história que não vale a pena ser contada. Mas em algum momento eu achei que talvez ela valesse ser escrita.
Um dia eu conheci uma menina. Eu não sei justificar como ela entrou na minha vida, pois até determinado momento eu nunca tinha dado importância para a sua existência. Achava ela sem graça, sem sal... Não, minto. Na verdade, eu não achava nada. Nem bonita, nem feia, ela era apenas indiferente ao meu olhar.
Um dia ela entrou na minha vida. Ficou bem à vontade. Abriu a geladeira, fechou a porta com o pé. Comeu a minha comida, dormiu na minha cama, usou as minhas roupas. Eu, quase sem entender como, dizia para mim mesma que estava tudo bem. Afinal, qual era o problema em dividir um pedaço meu?
Os meses foram passando e a cada semana ela levava mais um pedaço. Em algumas delas, ela levava um pedaço extra em dias diferentes. Às vezes eu me perguntava se isso era bom ou ruim, mas estava tudo bem, porque eu sou feita de muitos pedaços.  Só que quando chegou no coração ela me disse: o coração eu não quero!
Fiquei estarrecida! Como assim você não quer o meu coração??? Ele é feito do mesmo material que todos os outros pedaços que você arrancou de mim! Qual era o problema  com o meu coração? Talvez seja feio. Será que era o gosto? Ou talvez o odor? Deve estar seco. Pode ter sido a cor também...
Eu não sei, só sei que o meu coração deve ter algo de muito errado porque  depois disso ela foi embora. A geladeira voltou a se fechar apenas com a minha mão. Nas minhas roupas era só o meu corpo que habitava, e no meu prato a comida começou a sobrar.
Já se passou um ano. Eu nem me lembro dela direito, mas vez ou outra eu me pego sentindo falta de algum pedaço que ela levou. Mas logo deixo isso de lado, porque algumas partes minhas são feitas do mesmo material do rabo da lagartixa, corta e nasce de novo.
Mas o coração eu não consigo esquecer. De tudo de mau gosto que habita o meu ser, tinha que ser justo o coração? Está usado, mas ainda tem muito que rodar. Ela podia ter ido longe com ele. E de todos os pedaços, ela só precisava desse para ser feliz e justo esse ela não quis.
Por garantia, eu nunca mais ofereci o meu coração a ninguém. Deve ter algo errado com ele e eu não quero mais que alguém veja isso.
Olha, eu avisei desde o título que essa não era uma boa história e que não valia a pena. Eu sei que poderia ter escrito uma história linda de amor ao invés disso tudo, mas para escrevê-las é necessário ter um coração bom. Dói dizer isso, mas o meu deve ser ruim e  não tem hospital que arrume isso. Eu sei porque já procurei todos.
Essa história terminou. Mas se por acaso você encontrar por ai um coração em bom estado, por favor, faça a gentileza de me avisar. 



quarta-feira, 8 de maio de 2013

I can’t get no satisfaction



Quando eu era adolescente, eu achava que quando ficasse mais velha seria capaz de entender melhor as mulheres. O que elas querem e o que as agrada. Ledo engano. A cada vez que penso nesse assunto, me vem à cabeça aquela frase de Sócrates: Só sei que nada sei.


Às vezes acho que o estado emocional preferido das mulheres é o insatisfeito. E pode ter certeza que eu me incluo aqui também! A gente passa a maior parte do tempo choramingo para as amigas que não tem gente legal para se conhecer, ai quando conhece alguém interessante o que acontece? Reclama que a menina saiu de casa com o esmalte lascado, tem o nariz levemente torto, é gorda, posta muita foto com óculos no escuro e na frente do espelho, etc...etc...Quando alguém pergunta, “mas você conversou com a pessoa?”, a resposta é sempre a mesma, “não bateu”.


Tudo bem, ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas acho que deveríamos reavaliar os critérios de escolha, ou pelo menos começar a entender o que nos faz gostar de alguém. A psicologia explica que todo mundo tem uma pessoa ideal guardada na mente e, ao longo do tempo, tentamos encaixar as pessoas que conhecemos nessa figura ideal.


Curiosamente, esses dias li uma entrevista de um psicólogo americano que afirma: o sofrimento ajuda a encontrar a pessoa certa, porque só assim as pessoas começam a se autoavaliar e consertar o que estava errado em seu comportamento (claro, porque falar mal da outra pessoa é rapidinho!). Mas o que fazemos quando levamos um pé na bunda? (além de postar indiretas e frases de sofrimento no Facebook) Nos lamentamos e nos colocamos no papel de vítima, “eu só me ferro”, “eu só gosto das pessoas erradas”, e por ai vai.


Amiga, acorda. Não existe pessoa certa! Existem pessoas comuns, que você precisa aceitá-las como são e, principalmente, aceitar que você é igual. Gostar de si mesma também é fundamental. Goste de você do jeito que você é e não como gostaria de ser. Dessa forma você aprenderá a gostar do outro do mesmo jeitinho!

Vamos começar a dar mais chances para as pessoas? Deixar o novo entrar?  Sem valorizar conquistas, jogos de poder, apenas estarmos mais abertos para outras pessoas. Gostar de alguém é algo para ser legal e não sofrido, cansativo.


Gostar de alguém nunca sai de moda e faz bem para nós e para todos que nos cercam.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Manual sapatônico de embelezamento


Olá, amigas. Essa semana faremos um texto meio Ana Maria Braga para sapatões. Com a diferença de que a nossa linguagem é muito mais esdrúxula que a dela e não nos enfiamos debaixo da mesa quando escrevemos algo engraçado.

Sabemos das diferenças de estilos entre as sapas e respeitamos muito. Assim como todas nós somos mulheres e gostamos de nos sentir bonitinhas e atraentes, cada uma no seu jeito. Macho, feminina, butcher ou vagabunda. Mas, existem sapas que querem dar uma melhorada no visual e não sabem como. 

Não se sinta diferente por isso, toda flor um dia foi uma sementinha. Para  alguns botõezinhos lésbicos a natureza pode demorar um pouco mais, só isso.
Vamos começar esse processo com passinhos de bebê. Mudanças bruscas nunca são bem vindas e se você decidir mudar a aparência de uma vez só, você vai ficar parecendo um travesti, só que ao contrário.

Além disso, se você não seguir as nossas instruções corretamente, pode causar aquela estranheza nas pessoas que te olham, igual quando você se deparou pela primeira vez com uma foto do Rodrigo Xuxa e tentou entender se era homem, mulher ou uma alguma nova espécie bovina.

Vamos ao que realmente interessa!

Primeira etapa - Fazendo as sobrancelhas

A primeira coisa que você deve aprender sobre esta etapa é que a forma correta de se escrever é sobrancelhas e não SOMBRANCELHAS. Além de monstruosa também quer ser conhecida como analfabeta? Não dá!

Uma sobrancelha bem desenhada deixa a mulher com características mais fortes, um certo ar de malvada. Quem não gosta de uma mulher malvada, né minha gente? Quem nunca tomou uma paulada na nuca de uma mulher malvada que atire a primeira pedra. Então vamos tirar esses pelos do rosto porque ninguém quer uma namorada com uma taturana de estimação na cara.


Como fazer

Se você for daquele tipo que tem o pelo grosso, que fez o médico correr para pegar uma vassoura quando te tirou do ventre, a gente recomenda a cera quente. Se você tiver apenas alguns pelos bucetais na cara, é melhor fazer à pinça.

O processo

A gente não vai mentir para você, isso dói pra caralho! Mas calma, é o tipo de dor que você se acostuma. Lembra quando você jogava vôlei nas aulas de educação física e alguma desgraçada dava uma cortada que ia direto no meio do seio, e você chegava  a pensar por um momento que o bico tinha até descolado e ido parar no chão? É quase a mesma coisa.

Primeiro a mocinha vai te lambuzar com a cera quente. Até ai, sem problemas.  O bicho pega é na hora que ela vai remover o produto. Sugiro começar a trabalhar a respiração nesse momento, porque quando ela puxar a maldita cera endurecida vai te faltar o ar por uns 10 segundos, você vai sentir o seu cu encolher pra dentro da bunda e fugir para o esôfago. Algumas lágrimas podem escorrer involuntariamente também.

Para aquelas que assistiram ao filme Dogville, a sensação é bastante semelhante. Você passa o filme inteiro sofrendo, angustiada, achando que tudo está perdido e que o bem não triunfará na cena final, o alivio é quase orgásmico e você pensa que tudo valeu a pena.

Segunda etapa - Arrumando a juba - corte e progressiva

Esse é um mal que realmente afeta a categoria. Eu acho que deve existir algum bloqueio das sapas com a tesoura. Às vezes a gente encontra mulheres e se sente em um episódio do seriado As Panteras (reduza a beleza das personagens ao imaginar essa cena), só falta tocar a musiquinha tema de fundo. Dá para perceber que a última vez que ela cortou o cabelo foi em meados de 1970. E, quando cortou, pediu para o auxiliar de pedreiro que trabalhava na obra do lado fazer o serviço.

Gente, cortar o cabelo é bom, cortar o cabelo é jovem, cortar o cabelo é vida! Vamos pular num campo florido! Vamos cantarolar para os coelhinhos! Só que, pelo amor de deus, não me vá raspar só um lado da cabeça, igual esse povo moderninho com caganeira mental! Parece que a pessoa precisou sair correndo durante o corte e faltou um pedaço para terminar. Também não adianta ficar loira ou fazer luzes e cortar o cabelo igual o do cantor Belo, ou qualquer outro pagodeiro, com aquele mini topetinho escroto! Pelo amor de Maria Siquenique, se mantenha longe de topetinhos!!

Solicitando o corte

Como você é sapatão e inexperiente, vai entrar no salão igual um judeu assustado entrando na câmara de gás. Escolha ANTES um corte de cabelo que você acha que ficaria legal em você. Mas seja realista! Se o seu cabelo parece com um poodle toy, não vá se basear no corte da Cléo Pires. Sim, ela é gostosa. Sim, todas nós gostaríamos de ser parecida com ela. Mas desista. Não vai funcionar com você e sua cabeça vai ficar parecendo a buceta de uma atriz pornô dos anos 80.

Mas, se você não tem ideia do que fazer, vá a um BOM cabeleireiro (nada de pagar 10 real o corte. Corte bom custa cenzinho!) e diga que você quer fazer igual a menina da novela. Se a cabeleireira perguntar: que menina? Você apenas responde: aquela lá bonita, da novela das oito! É obrigação de toda cabeleireira saber quem é a artista do momento, ela vai ficar sem graça por não saber de quem você está falando e se empenhará ao máximo no seu corte.

Progressiva

Nós não temos nada contra cabelos cacheados, quando bem cuidados. O problema são aquelas mulheres que pararam no tempo e acham que cabelos como o da cantora Simone ainda são sensuais. Uma de nós aqui do blog sofreu muito por ter tido cabelos volumosos na infância, e vocês têm que dar graças a deus pela tecnologia atual. Antigamente não tinha mané progressiva, para alisar o cabelo, tinha que pegar papel manteiga e passar o cabelo no ferro de passar roupa. Ou aplicar o famoso “Alisabel”, utilizado pela população de baixa renda até hoje, e correr o risco de ter o crânio derretido. Sem falar que, em qualquer site de compras coletivas, você consegue uma progressiva por R$ 60,00. Dinheiro de pinga!

Bom, se mesmo assim você não se convenceu, é uma escolha sua. Nós só queremos que você seja capaz de arrumar alguém para fazer sexo ainda nesse século. E nem venha me falar que a Ana Carolina tem cabelo cacheado e come todas, porque, na verdade, o que ela tem é dinheiro e fama.

Cabelos proibidos




Vestimenta

Bofes queridos, vocês acharam que íamos nos esquecer de vocês? Claro que não!

A sociedade é uma merda e nos ensinou, desde pequenininhas, que as meninas usam vestido e os meninos usam calça. Aí, o machinho se sente na obrigação de ir ao casamento da prima de vestido longo, lilás, tomara que caia.

Do mesmo jeito que sempre tentaram nos convencer que o pipi vai na popóca e nós não demos a mínima para isso, que tal nós também esquecemos essa regra cretina e passar a nos vestir de forma confortável?

Se você é macho, assuma isso e use roupas adequadas à sua categoria, não importa a situação. Uma mulher masculina fica muito mais bonita e sexy usando um terninho elegante, do que tentando subir numa sandália de salto e agindo como um chimpanzé dentro de um vestido.

Você vai se sentir muito mais a vontade, as pessoas vão te achar muito mais bonita e quem sabe você não consegue comer a melhor amiga da noiva no banheiro? Nunca se sabe, não é mesmo?

Maquiagem

Se você chegou até aqui, nós esperamos muito que você já tenha pesquisado, observado e adquirido algum conhecimento sobre estética. Esse é um ponto muito delicado. Tenha muito, mas muito cuidado porque a maquiagem é algo que pode ir da categoria "bom gosto" a "puta funkeira da Augusta" em milésimos de segundos. O melhor conselho a ser seguido aqui, é aquele velho materno: NÃO INVENTA MODA.

“Antes uma mulher sem maquiagem, do que uma de maquiagem tosca”, Clarice Lispector.

A maquiagem não se aplica somente às sapatões femininas. Vocês, minhas queridas bofes, são muito bem vindas a usar um tiquinho de maquiagem também. Obviamente, ninguém espera que você apareça na balada com um delineador no estilo Amy Winehouse. Mas, acredite, se você passar um rímel, um lápis e um corretivo nas olheiras, o resultado é bem agradável e nada chocante.

Outra coisa, não tente se maquiar pela primeira vez, uma hora antes de sair para a balada, senão você vai chegar lá com a cara de uma cabrita que acabou de ser estuprada pelo fazendeiro, ou no mínimo, com o visual do Bozo. Tente em casa, durante a semana, antes do banho, sem ninguém ver e tire a prova.
E para finalizar:

Se até uma gordinha de 4 anos consegue se maquiar, a gente é que não vai perder muito tempo aqui explicando: Assiste aqui como se faz:


Em caso de dúvidas, deixe o seu comentário que responderemos com muita boa vontade!