quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Pega, mas não se envolve.


Acho que essa é a frase que define melhor a fase dos relacionamentos atuais entre as meninas: Pega, mas não se envolve. Para quem não entendeu, significa ficar com a pessoa sem esperar absolutamente nada dela. Melhor, pode esperar beijos e sexo, mas não carinho, uma ligação no fim do dia para lhe desejar boa noite jamais! Não espere que ela se interesse por tudo aquilo que define o seu mundo, ou seja, você.


O “Pega, mas não se envolve” também tem outra vertente, o “tá quente, tá frio”. É o seguinte: quando uma das partes está se apegando a outra, que não está, se afasta. Quando aquela que estava se apegando se afasta, a que se afastou primeiro corre atrás, e assim segue esse ciclo até uma das partes ficar de saco cheio e terminar a porra toda.


Sabe o que é curioso? É que esses movimentos, que cada vez ganham mais adeptas, não agradam a ninguém. Fica todo mundo se sentindo incompleto. Quer dizer que ninguém gosta, mas faz? Não! Existem pessoas que curtem uma relação descompromissada, não existe regra para isso. Mas percebo que boa parte aceita participar desses movimentos para não ficar sozinha, para se adaptar à única opção que lhe foi oferecida, por acreditar que a situação possa ser revertida, etc.


Às vezes me pego com vontade de pedir desculpas pela minha falta de  capacidade em não me envolver. Por eu não conseguir ignorar mensagens, por querer saber se está tudo bem, sem falar que eu adoro uma história e isso significa que eu vou querer saber como a pessoa conseguiu aquela cicatriz na perna esquerda na infância. Eu deveria pedir desculpas por ser uma pessoa fora de moda. Como diria Cazuza, “será que eu sou medieval?


A única coisa que me preocupa é saber quando foi que as relações mudaram tanto assim?  E onde vamos chegar daqui um tempo. Será que é culpa do excesso de dificuldade na relação entre duas mulheres? Porque nós sabemos que é algo muito trabalhoso e sofrido. Talvez as meninas já vejam uma barreira, uma diferença qualquer e prefiram partir para a próxima, procurar alguém com mais afinidade.


Algo me diz que, essa inconstância nas relações e a eliminação pelas diferenças farão com que músicas como “Eduardo e Mônica” e “Catavento e Girassol” sejam extintas. A tendência é que o romantismo se vá também por inércia.

Enquanto isso, lutamos pelo direto do casamento gay. Irônico, não?

2 comentários:

  1. Será que não existem mais as lésbicas que deram origem às piadas sobre o caminhão de mudança do 2º encontro entre mulheres?

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  2. HAHAHAHAH! Estão entrando em extinção! Mas eu preferia essa época..rs

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