Acho que essa é a frase que
define melhor a fase dos relacionamentos atuais entre as meninas: Pega, mas não se envolve. Para quem não
entendeu, significa ficar com a pessoa sem esperar absolutamente nada dela. Melhor,
pode esperar beijos e sexo, mas não carinho, uma ligação no fim do dia para lhe
desejar boa noite jamais! Não espere que ela se interesse por tudo aquilo que
define o seu mundo, ou seja, você.
O “Pega, mas não se envolve” também tem outra vertente, o “tá quente, tá frio”. É o seguinte: quando uma das partes
está se apegando a outra, que não está, se afasta. Quando aquela que estava se
apegando se afasta, a que se afastou primeiro corre atrás, e assim segue esse
ciclo até uma das partes ficar de saco cheio e terminar a porra toda.
Sabe o que é curioso? É que esses movimentos, que cada vez ganham mais adeptas, não agradam a ninguém. Fica
todo mundo se sentindo incompleto. Quer dizer que ninguém gosta, mas faz? Não! Existem pessoas que curtem uma relação descompromissada, não existe regra
para isso. Mas percebo que boa parte aceita participar desses movimentos para
não ficar sozinha, para se adaptar à única opção que lhe foi oferecida, por
acreditar que a situação possa ser revertida, etc.
Às vezes me pego com vontade de
pedir desculpas pela minha falta de capacidade em não me envolver. Por eu não
conseguir ignorar mensagens, por querer saber se está tudo bem, sem falar que
eu adoro uma história e isso significa que eu vou querer saber como a pessoa
conseguiu aquela cicatriz na perna esquerda na infância. Eu deveria pedir desculpas
por ser uma pessoa fora de moda. Como diria Cazuza, “será que eu sou medieval?”
A única coisa que me preocupa é saber
quando foi que as relações mudaram tanto assim?
E onde vamos chegar daqui um tempo. Será que é culpa do excesso de
dificuldade na relação entre duas mulheres? Porque nós sabemos que é algo muito
trabalhoso e sofrido. Talvez as meninas já vejam uma barreira, uma diferença
qualquer e prefiram partir para a próxima, procurar alguém com mais afinidade.
Algo me diz que, essa
inconstância nas relações e a eliminação pelas diferenças farão com que músicas
como “Eduardo e Mônica” e “Catavento e Girassol” sejam extintas. A tendência é
que o romantismo se vá também por inércia.
Enquanto isso, lutamos pelo
direto do casamento gay. Irônico, não?
Será que não existem mais as lésbicas que deram origem às piadas sobre o caminhão de mudança do 2º encontro entre mulheres?
ResponderExcluirHAHAHAHAH! Estão entrando em extinção! Mas eu preferia essa época..rs
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