Meu chinelo quebrou. Aquela alça que separa os dedos se soltou da base. Me desesperei! Era o meu chinelo preferido! Aquele meio velho, que quando entra no pé parece que você está descalça de tão confortável, macio e gostoso que é.

Na manhã seguinte, levei o chinelo para passear. Fui trabalhar de sapato e como eu teria um compromisso depois, quis levá-lo para quando estivesse mais a vontade. No fim do dia, calcei o meu chinelo querido e fiquei feliz pelos meus pés estarem curtindo um momento de paz em tão boa companhia, enquanto terminava de fazer algumas coisas na rua. Como estava chovendo um pouco, comecei a caminhar um pouco mais depressa para não me molhar. E foi nesse momento que o meu chinelo arrebentou de vez!
Pior! Ele se espatifou na frente de um monte de gente e eu ainda estava longe do carro. Tive que andar um quarteirão inteiro me arrastando no chão molhado. Morrendo de vergonha das pessoas que me olhavam como se eu fosse uma mendiga. Dei graças a Deus quando cheguei. O meu chinelo querido me deixou na mão...
Enquanto eu dirigia descalça pensei: quando perco alguém que gosto passo pelo mesmo processo do chinelo. É difícil abrir mão porque adoro a pessoa, ela faz eu me sentir bem em determinadas situações, é especial e me completa em alguns aspectos. Mas quando o encanto se quebra, não importa o quanto eu tente consertar, vai dar tudo errado e aquela pessoa será negligente nos momentos em que eu mais precisar dela. Em algum momento, algo nessa relação se rompeu. E assim como o chinelo, como diria minha mãe: NÃO TEM CONSERTO! O jeito é procurar um novo amor!
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